Quando decidimos comprar um violão, somos assombrados por diversas questões: qual marca? Qual modelo? Que tipo de acabamento é melhor? Devo optar por um nacional ou um importado? São tantas dúvidas que sugerem uma reflexão sobre quais são os critérios para se escolher um bom violão.
Como escolher o modelo ideal?
Por ser uma questão subjetiva, relacionada ao gosto e a necessidades pessoais, é interessante perguntar a si mesmo: qual é o meu estilo? Qual é a sonoridade que eu desejo ter? Talvez sejam questões mais difíceis, mas são as primeiras que devem ser respondidas. Por meio delas, decidiremos qual caminho devemos tomar. Quero um som mais “rebelde”? O poder das cordas de aço me dará a sonoridade quente para desenvolver o meu rock´n´roll. Desejo ter um som mais suave? O som aveludado do náilon vai embalar a minha bossa nova. Quero animar os churrascos de fim de semana? Aço ou náilon, não importa. Apenas você pode decidir o que é mais importante, seja a sonoridade desejada ou o instrumento que proporciona maior conforto. Independente de qual seja o instrumento, aço ou náilon, é importante prestar atenção no tampo e no braço, pois:
» Tampo: Antonio de Torres, o pai do violão moderno, já dizia que a sonoridade do instrumento está no tampo. Especialmente se o instrumento for utilizado para estudo de violão erudito, tente adquiri-lo com o tampo maciço, pois terá maior projeção e volume que instrumentos com tampo laminado. Geralmente os tampos de
violões são confeccionados em pinho ou cedro.
violões são confeccionados em pinho ou cedro.
» Braço: detalhe importantíssimo, pois as suas características de construção influenciarão de maneira ímpar a tocabilidade do instrumento. Podemos encontrar braços na parte traseira ovalados, arredondados, achatados, ou até mesmo abaulados, com a borda superior mais estreita do que a inferior. Existem tantos tipos de braços quanto pegadas diferentes. Geralmente é fabricado com madeiras de alta densidade, como mogno e cedro. A Lyon aposta no hard maple, uma das mais utilizadas madeiras para braços de guitarra por ser dura e consistente, proporcionando bastante resistência e durabilidade. Na frente, temos a escala ou “espelho”, onde estão os trastes confeccionados tradicionalmente com ébano, jacarandá ou pau-ferro (também conhecido como jacarandá boliviano), por possuírem maior durabilidade.
Os critérios para a escolha devem seguir estes passos:
1 - Defina bem qual a sua necessidade: utilizar o instrumento como lazer, instrumento de estudo, para concerto, etc. Dependendo da finalidade de uso, o modelo indicado pode variar bastante.
2 - Pesquise: Quando se trata de instrumento musical, a escolha errada pode desestimular o iniciante por diversos motivos, sendo o principal deles o desconforto ao tocar. Ver catálogos, conversar com amigos mais experientes, pesquisar na Internet e em revistas especializadas ajudam na escolha e podem fazer você mudar de idéia, preferindo a mais adequada à sua necessidade. Escolher certo significa pesquisar bem antes de realizar a compra, tanto para escolher o melhor preço como também o melhor instrumento que atenda às suas necessidades. Conversar com vendedores de lojas especializadas para tirar dúvidas também pode ajudar.
3 - Custo/Benefício: Pense no quanto você está disposto a investir e observe atentamente todos os detalhes antes de adquirir o instrumento. Procure verificar detalhes no acabamento, se o instrumento possui rebarbas ou se possui excesso de cola em suas partes. Outro ponto importante a ser destacado é o fato de geralmente as lojas possuírem um bom estoque de violões de baixo custo.
Não raras vezes o instrumento que se leva não é o mesmo testado antes da compra. Nada garante que violões de mesma marca e modelo possuam a mesma qualidade e geralmente você acaba descobrindo isso quando chega em casa. É interessante dar uma verificada no instrumento que você vai levar antes de comprá-lo. Caso seja necessário, leve a um luthier ou questione o lojista sobre a possibilidade de regular o instrumento de acordo com as suas necessidades.
Algumas dicas para ajudá-lo a fazer a melhor escolha:
1 - Observe como as partes do instrumento estão coladas, em especial a junção do braço com o corpo e também a junção que chamamos scarf joint, que é a junção do braço com a cabeça, feita para economizar ou ter melhor aproveitamento de material na angulação da cabeça. Alguns fabricantes de instrumentos de alto padrão adotam a construção do braço usando uma só peça. Neste caso, você não encontrará esta emenda. Geralmente modelos de uma só peça são caros pela quantidade de madeira utilizada em sua confecção.
2 - Observe se as tarraxas estão bem fixadas. Não é muito difícil encontrar instrumentos nos quais faltem parafusos no mercado, então, para não ficar parecendo ter um “parafuso
a menos na cabeça”, observe atentamente se em todas as partes, como tarraxas e, no caso de modelos eletroacústicos, pré-amp/equalizador e jack (quando este também for parafusado), não falta parafuso algum.
a menos na cabeça”, observe atentamente se em todas as partes, como tarraxas e, no caso de modelos eletroacústicos, pré-amp/equalizador e jack (quando este também for parafusado), não falta parafuso algum.
3 - Passe o polegar e o indicador em toda a extensão das laterais da escala, verificando se o violão possui algumas rebarbas dos trastes.
4 - Verifique o alinhamento do braço, evitando assim levar um instrumento com um braço empenado.
5 - Verifique o corte das laterais, do tampo e do fundo. Se o corte está reto, bem-feito e se a junção com os filetes possui algumas rebarbas. Passe os dedos para verificar se possui sobras.
6 - O tampo e o fundo são confeccionados geralmente com duas peças. Verifique muito bem se existe uniformidade na sua confecção. Para observar se o tampo é maciço, uma dica: verifique na lateral da boca do instrumento se há continuação dos veios da madeira do tampo. Caso sejam observadas três camadas, o tampo é laminado (compensado).
7 - Verifique se a distância entre a pestana e o 12¢ª traste é a mesma do 12¢ª traste ao rastilho.
8 - Passe as mãos em cima do tampo e observe se o mesmo está nivelado.
9 - Infelizmente é difícil saber se a lateral e o fundo são realmente maciços. Geralmente se observa a parte interna do instrumento e a parte externa do fundo e laterais para verificar se possuem o mesmo desenho. Acontece que muitos fabricantes também confeccionam instrumentos com lateral e fundo em tríplice laminado, utilizando lâminas irmãs retiradas do mesmo corte com uma camada de compensado no meio. É interessante questionar o fornecedor sobre o tipo de construção para tirar qualquer dúvida.
10 - Em caso de instrumentos eletroacústicos, plugue o violão e fique atento se existe qualquer ruído estranho, observe a resposta dos controles de equalização (se houver), efeitos e tudo mais que o circuito promover.
11 - Afine o instrumento, caso esteja desafinado, e toque. Esta é a principal coisa a se fazer. Verificar a tocabilidade do instrumento, sua estabilidade tonal e sua sonoridade.
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